quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Qual bike comprar, quais peças, o que eu faço?

Você pretende iniciar no "maravilhoso mundo do pedal" e não sabe qual bicicleta escolher?
Então se prepare, porque provavelmente vai escutar todo tipo de baboseira na desculpa de "estarem preocupados com seu bem estar".
Isso é lenda, porque nenhum dono de loja está preocupado com "o bem estar do próximo", ele não quer é ser processado em caso de acidente, por isso sempre vai tentar te vender o quadro mais caro, e uma coisa acaba por ser verdade, quanto mais caro for o quadro, melhor é a garantia, e essa situação que parece redundante realmente acaba sendo melhor para você, pois um quadro com garantia longa, te da mais segurança na hora da compra, e no final você tem a sensação falsa de que o dono da loja tem preocupação com o você, quando você é para o dono da loja apenas dinheiro com pernas ...
O exemplo de quadro de baixa qualidade é o da foto abaixo, observe:

O quadro pode quebrar enquanto você pedala, as vezes em uma descida, em velocidade, ou mesmo em single track, e pode causar um acidente muito sério, com lesões permanentes...

Outro detalhe é que o quadro precisa ter o tamanho adequado para o usuário, é tamanho pessoal, medido no momento da compra, não é regra geral, como nas bikes antigas, e isso qualquer vendedor vai te auxiliar, só que o que realmente vai fazer diferença no valor final dessa bicicleta é a marca do quadro e a relação, "as tais peças".
Exemplo de marcas de quadros de ponta: 
SCOTT, SPECIALIZED, CANNONDALE, SOUL, CALOI, OGGI, GROOVE, etc...
Então, o que comprar?
A primeira coisa que deve levar em consideração é o seu objetivo, o quadro você deve escolher o que cabe no seu bolso, levando em consideração a garantia, como disse acima, e as peças, de acordo com a necessidade.
Por exemplo: 
Desejo fazer trilhas (meio do mato, trilha mesmo); desejo estradão (estrada de terra); cascalho com estradão; trilha + single track (precisa de muita habilidade e treino constante); pretendo treinar somente em asfalto; só uma bike para ir ao trabalho e um rolé nos fins de tarde, passear na orla e ver as meninas, etc...

A escolha deve ser criteriosa no sentido de que, quando maior a dificuldade do terreno, como por exemplo o single track, cascalho, trilha... melhor e mais re$istente deve ser a relação e $uspensão, caso contrário, você será o pivô daquele rolé que não termina porque sua bike estragou a 40 km de casa... onde o celular não funciona, e você não tem 50 reais para o taxi. Pessoal, isso é muito comum, e normalmente o constrangimento é inevitável... isso quando a pessoa não acaba sozinha. A gente sai para pedalar com a consciência de que o pneu pode furar, corrente pode estragar, a gente pode cair e de repente quebrar um osso, mas nunca se tem em mente que o câmbio traseiro vai desmanchar, principalmente porque esses câmbios mais baratinhos são rebitados, e para piorar a situação, são de plástico... acontece de bater uma pedra no câmbio e você fica na mão - a mistura de plástico com rebite não é uma boa, os defeitos acontecem com frequência, acredite, então evite sair sozinho, sem dinheiro em trilhas e com câmbio simples, pois no melhor dos casos, se acontecer de furar um pneu e ninguém souber colar, o taxi você vai ter para pagar, basta ter mais alguém para se deslocar o suficiente para que o telefone funcione.
Esse tipo de constrangimento acontece quando a escolha das peças é equivocada para o terreno que se vai usar a bike, então por favor, se sua bicicleta não estiver preparada para trilhas e terrenos complicados, não vá acompanhar seus amigos, caso contrário, você pode se aborrecer e estragar o rolé de todos. Se decidir montar uma bike simples como a minha, deve ter em mente que é só para asfalto, não tente fazer estripulias.
Para terrenos acidentados, você precisa entender que uma relação mais "resistente" e mais "precisa" se faz necessário, então seria uma relação de no mínimo 11, 20, 27 ou 30 velocidades, sendo os modelos: ALIVIO, DEORE, XT, XTR, SRAM, etc... os melhores, e é o mínimo que precisa para não ficar na mão. Lembrando que a relação de 11 velocidades é a mais cara do mercado, e a de 20 velocidades não é simplória como a de 21 velocidades.
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Falando em outra categoria de bike... 
a que estou montando de repente é o seu perfil.
De repente você escolhe estradão, asfalto, cicloturismo, então é aqui que entro com as dicas principais dessa postagem, e aproveito para discorrer sobre como montei minha segunda bicicleta.
No post anterior, comentei como montei a bicicleta da minha esposa, uma Specialized 26Er Maika, que substituí toda a relação original por um ALIVIO 27 Velocidades, então sobrou todas as peças novas e originais da SPZ, desde manetes de freios e marcha, até pedal, pião, etc...
É claro que eu iria utilizar essas peças na montagem de outra bicicleta, pois a tempos que quero montar uma bicicleta somente para asfalto... leia novamente, asfalto, não trilhas. Sempre tive vontade de ter uma bicicleta para substituir o automóvel em percursos do dia-a-dia, como ir a faculdade, academia, cheguei a cogitar a compra de uma Caloi 700, mas na boa, com o perdão de quem só pode ter essa bicicleta, mas é muito frágil para uma pessoa do meu porte físico.

Tenho uma Caloi Elite 30 para situações extremas, treinos fortes e de velocidade nas trilhas, e desde que adquiri essa bicicleta, venho tentando melhorá-la e adequá-la ao meu corpo, e com o tempo, comprando uma coisa ou outra que a gente termina por não usar, acaba sobrando alguma coisa e aquela caixa de papelão com peças começa a crescer. Comecei por substituir os discos de freio e pastilhas pelo conjunto Icetech, então sobrou discos e pastilhas SRAM novos, coloquei guidão mais alto na Elite na tentativa de melhorar a dor no lombar, mas no final percebi que ele é mais estreito e acabou que usei só uma semana e guardei, o canote Cranck Brothers que prende o selim com apenas um parafuso cansou de me deixar na mão; em todo rolé o banco escorregava para para trás,  e eu acabava o pedal sentado na parte mais fina, machucando e muito as nádegas e virilha... fato é que o canote Cranck Brothers para pessoas pesadas não é legal, então troquei o canote, quando poderia ter deixado o banco naquela posição mesmo, para trás, e compensaria diminuíndo a mesa... (fiz isso a pouco tempo) coisas que a gente acaba fazendo sem perceber que está errando, coisas de "novatos". E por conta desses erros, eu guardei muitas peças em nessa caixa, e tudo novo. 

repare no Cog de 42 dentes SRAM, adquirido na BAGAL BIKES JFora MG
Outro dia me deu na telha de colocar um Cog de 42 dentes na SRAM da Elite 30... só que tive que comprar um par de cubos a rolamento X9 SRAM, porque para usar um Cog de 42 dentes, o cubo da roda não pode ter quase nada de folga, senão não sobe para a reduzida, e o cubo original da Elite 30 estava com 1,2 mm de folga, quase nada, e mesmo assim não serviu; fui obrigado a comprar cubos novos, optei  pelos tais cubos X9 da SRAM, caro pra cacete, e um par de aros VZAN, e nessa novela sobrou um par de rodas completas da Elite 30. 

Se acompanhar bem o raciocínio, vai perceber que só falta um quadro com suspensão para montar outra 29Er... e foi o que fiz. Meu amigo Gusmão estava vendendo um quadro de uma Soul 2013 porque ele comprou um quadro Full 2015 e transferiu as peças, e achei que o preço que ele pediu, 650 reais, estaria num preço justo, e comprei também uma suspensão Blade com trava no ombro por 399 na Pinabikes, muito boa suspa!

Ou seja, todas as peças que estavam encostadas e que não fiz conta + o investimento de 1.049 me rendeu outra bike praticamente nova. Falando mais na suspensão, é ótima, você mal sente as deformidades do solo, e olha que estou acostumado com Rock Shock.
Olha ela ai:
Rodas orginais da Caloi Elite 30, pneus Pirelli 2.0 meia vida que experimentei na Elite 30, mesa da Elite 30, o tal guidão que nunca usei, mas ficou funcional sem o barhands, os discos de freio originais SRAM que sobraram na substituição dos Icetech, os freios da Specialized Maika da minha esposa e a relação completa, com 21 velocidades e um cassete fantástico. 
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Gostaria de dar ênfase nesse cassete e compará-lo com o que existe no mercado. 
Observe que esse cassete  (primeira foto) são 11 por 34 dentes, 34 que equivalem à marcha mais leve, 11 à marcha mais pesada, a marcha de velocidade. Ambos cassetes - das duas fotos são 34 dentes na marcha mais leve, e isso equivale a penúltima marcha da Caloi Elite 30 - SRAM 30 V, também a penúltima marcha da ALIVIO 27 velocidades, ou seja, esse cassete oferece ao usuário condições para subir qualquer serra ou montanha, e a corôa menor - corôa é o que vai no pedivela, tem 22 dentes o mais leve, ou seja, o sistema é equivalente aos câmbios tops e caros do mercado, só que é baratinho. Estou me referindo ao cassete da primeira foto, e devo lembrar que esse cassete não tem aquele salto da penúltima para a última marcha, compare as imagens abaixo para entender
cassete original da Specialized Maika modelo feminino, sem salto para a marcha mais leve
cassete Megarange, com salto para a marcha mais leve
No cassete da primeira foto, há uma proporção perfeita desde a primeira até a última marcha, é suave, e ruim da história é que esse cassete eu nunca vi em lojas, dei sorte de tirar da Specialized da minha esposa. É comum o cassete (pião) Megarange, mas observe que da marcha mais leve para a marcha que a precede, existe um salto muito grande, é uma desproporção técnica. Eu acho isso um erro brutal  no produto, mas o Megarange é ótimo se comparado às relações comuns que vem nessas bicicletas. Elas são pesadíssimas para subir!
Observe o restante da peças que montei o quadro Soul com as peças da Specialized + as peças que tinha guardado:
gostei muito desse cassete, 7 velocidades em proporções perfeitas, 34 dentes para marcha mais leve por 11 dentes para a marcha mais pesada
Mais fotos do cassete
Não confio nesse câmbio, mas da para fazer asfalto com tranquilidade. Vamos ver quantos km vai suportar com manutenção preventiva
Lubrifico com óleo cerâmico Muc Off
mantive a proteção do pedivela para não sujar a calça e nem o calçado
pedal misto
pneu meia vida Pirelli. Não recomendo essa medida, 2.0 porque fica muito fino, hoje uso 2.4 na Elite, e vou usar 2.2 nessa Soul
Shimano Tourney. erá que aguenta?
rodas originais da Caloi Elite 30 que passei para câmara de ar de bico grosso
Suspensão Blade, muito boa. Se estiver em dúvida, tenha certeza, é ótima, e é barata
Suspensão blade  com trava no ombro
mesa da Caloi Elite 30. A mesa da Elite 30 é idêntica, mesma marca, porém 22 mm menor, mais curta.
punhos SRAM que guardei da Caloi T-Type, gosto muito
rapid fire original da Specialized Maika que guardei
Guidão e mesa 
Banco confortável
disco SRAM da Elite 30 (na Elite entrou o Icetech e pastilhas de metal)

suporte de garrafinha eu tinha sobrando

freio a disco a cabo, funciona perfeitamente bem, recomendo
Enfim, ela prontinha:

Espero que esse post tenha te ajudado na escolha da sua bike. Se puder contribuir com essa postagem, escreva abaixo sua opinião.
Obrigado pela leitura.


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