segunda-feira, 7 de março de 2016

Relação simples 21 velocidades - 11 por 40 dentes - show!

Vou universalizar essa informação partindo do pressuposto de que todos gostariam de ter uma relação de marchas top de linha, e a partir desse pensamento, vamos partir para a ação, comparando o que há de melhor no mercado com uma solução bem caseira, o Cog.
Cog é um dos componentes de um cassete de marchas, ou seja, cada marcha se encaixa em um Cog, que representa na prática uma velocidade, e lembre-se que ele fica no freehub da roda, não no pedivela. 
Os cassetes de 27 velocidades são considerados de maior qualidade por conta da quantidade de marchas (quantidade, neste caso, equivale à qualidade, no sentido de senso comum), e possue normalmente Cog mínimo de 11 e máximo de 36 dentes, assim como cassetes de 10 velocidades, que tem mais um Cog no cassete, a fim de aumentar a linearidade e harmonia das trocas de marchas, além de diminuir os saltos entre os Cog's, o que deixa a troca mais suave. Os cassetes ainda mais caros, de 11 velocidades, possuem Cog's diferenciados, que podem começar em 11 dentes ou mesmo 12, e o máximo em 42 dentes; já vi reportagem de lançamento de Cog de 46 dentes, mas fique atento porque esses cassetes são feitos para serem utilizados com pedivela único, sem nenhuma outra marcha, ou seja, na frente, só uma velocidade. Então você percebe que esses cassetes mais "caros" são, em maioria, comercializados para oferecer conforto ao ciclista, e aliado a isso, os modelos mais caros e com menos velocidades, que compreendemos erroneamente como superiores, são na verdade mais leves, e ser mais leve não representa ser mais resistente, porque o peso do material começa a interferir no desempenho do usuário à medida em que o "atleta" não tem mais onde tirar peso no corpo, então ele tira peso nas peças, por isso paga mais caro, e vale lembrar que, quanto mais leve, mais delicado é o componente e suscetível a desgaste prematuro se comparado a um componente comum, a não ser os cassetes de titânio, fique atento a isso.
Então já sabe que uma relação de 11/36 é encontrada em bikes de 27 e 30 velocidades, e sabe que existem relações de 11 velocidades que são dimensionadas para performance/competição; vale lembrar que existe também a relação de 30 velocidades que pode ser transformada em 20 velocidades substituindo o pedivela, assim a configuração se mantém mais reduzida. A exemplo disso a Caloi Vitus:
Mas vamos voltar às bikes simples, nesses, os cassetes são normalmente de 11 por 32 dentes, e essa configuração pesa muito na hora de subir uma ladeira, inclusive é comum acontecer do pedivela quebrar quando o usuário traciona forte nas subidas.
A ideia do fabricante é permanecer com esse tipo de material porque existe público, existe demanda, mas o câmbio de plástico não oferece segurança e resistência, e você pode sim ficar na mão, o câmbio pode entortar, quebrar, mas mesmo assim esse material atende a um nicho, ou seja, é uma "situação" de baixo custo que equivale a uma bike urbana, viabiliza isso, porque não foi elaborada para situações extremas ou prática esportiva, "embora pareça", mas o foco é aquele usuário que utiliza a bike para ir ao trabalho, ir ao parque, passear na orla, estradão, coisas dessa natureza, mas se você distorce o objetivo de uso da bike que adquiriu, a exemplo eu cito a Caloi T-Type na foto acima, e começa a utilizar esse tipo de bike "urbana" para prática de MTB (Mountain Bike), no próprio uso vai notar que esse tipo de bicicleta não te oferece postura, conforto, e a ausência de exatidão nas trocas de marcha vão te trazer desgaste emocional, pois invariavelmente vai subir uma marcha ou descer e o câmbio simplesmente vai ignorar seu pedido, e você vai forçar cada vez mais e com certeza vai ficar na mão, porque como expliquei acima, bike de baixo custo não tem o objetivo de atender o público do MTB. 
Ciente disso, vai precisar de uma bike mais resistente, caso contrário, o câmbio vai te deixar na mão, quebra mesmo, e o investimento pode passar dos 2 mil reais (07/03/2016) mas,... se é do estilo ciclo-turista ou se gosta de pedais em estradões de terra, longe de trilhas que podem danificar o câmbio, não será necessário substituir sua relação de 21 velocidades... e é aqui que a informação entra.
Algumas observações devem ser feitas antes de qualquer coisa, primeiro é sobre o freehub, precisa trocá-lo para um de 9 ou 10 velocidades, prefira o de 10 v, em sequência, pesquise nas lojas de sua região até encontrar um cassete de 11 por 34 dentes e 7 velocidades, tem de sobra no mercado, e é utilizado nas bikes mais simples da marca Specialized; cassetes de 8 velocidades também serve, mas você precisa entender que vai utilizar apenas 7 com o Cog de 40, ou seja, vai sobrar uma marcha no cassete de 7 velocidades, e se colocar cassete de 8 v, vão sobrar duas velocidades. Nada impede que utilize 8, mas nosso exemplo é numa bike com 7 velocidades.
A substituição do cassete é importante porque vai colocar um Cog a mais no eu cassete, um Cog de 40 dentes, e sendo seu Cog mais leve de 32 dentes, o salto por ser grande demais  pode te lesionar, por outro lado, o tranco pode danificar o câmbio plástico. Então, faça como expliquei, pesquise até encontrar um cassete 11/34 linear, não serve Megarange.
Feito a substituição do freehub por um de 10 velocidades e do cassete por um de 11 por 34 dentes, a solução proposta nesse post é adicionar um Cog de 40 dentes caseiro e um espaçador: 
A parte dentada (externa, onde a corrente traciona) é um pedivela simples, e a parte central, que encaixa no freehub é de um um Cog simples, que você vai precisar levar em um torneiro para cortar, adaptar, centralizar e soldar, e vai ficar exatamente como mostro nas fotos a seguir:
29 Er 21v
Note na próxima foto que foi instalado um afastador entre o Cog de 40 dentes e o cassete, mantendo o espaço original do câmbio nas passagens de marcha.
Comecei a utilizar o Cog de 42 dentes em minha outra bicicleta, mas não funcionou, pois esse Cog industrial empena atoa, o material do aço utilizado é macio, e como o Cog industrial de 42 dentes é mais grosso e "se apoia no cassete quase que por inteiro", portanto, quando o Cog empena, o que é comum, empena junto o cassete (é reversível, basta retirar o Cog e o cassete volta ao normal), e as trocas de marcha ficam um lixo, adeus à exatidão!  Olhe na foto abaixo a espessura do Cog industrial, vai entender o que estou falando, com certeza. Com o Cog industrial não se utiliza o espaçador, porque como dito acima, ele se apoia no cassete.

A diferença desse Cog industrial, além claro de ser 42 dentes e o caseiro 40 dentes, é que o caseiro é todo da mesma espessura do cassete original, e no encaixe é utilizado um "espaçador" do mesmo diâmetro do original do cassete, vide espaçador vermelho:


Então, mesmo que o Cog adaptado venha a empenar, ele não empena o conjunto do cassete, uma vez que o espaçador afasta ele do cassete apenas na base, não interferindo nas demais marchas, ou seja, o Cog de 40 caseiro adaptado funciona melhor que o industrial. Eita!
Repare que o cassete ficou com 8 velocidades e vamos utilizar apenas 7, então basta esticar 1 cm no cabo de aço que vai no câmbio que naturalmente ele vai subir no Cog de 40 dentes em cima e vai ignorar a marcha mais pesada embaixo. Se precisar fazer algum ajuste fino nos parfusos, faça o procedimento.
O parafuso do câmbio precisa ser aumentado em 1 cm, pois caso contrário, a roldana pode bater no Cog grande. Pode acontecer desse câmbio não aceitar o parafuso maior, afinal, ele é de plástico, e se isso ocorrer, basta colocar um câmbio Altus, pois ele funciona muito bem, e é de metal, o que vai melhorar muito a qualidade das passagens de marcha. Esse câmbio Altus é baratinho, pouca coisa melhor que esse plástico, e também não é indicado para MTB.
Por fim, 
a bike funcionou muitíssimo bem, ficou ótima para subir ladeiras e continua sendo uma relação barata de 7 velocidades, sendo que dificilmente quem utiliza Cog grande utiliza a coroa menor, o que melhora muito o tempo nas pedaladas, e ficou ótimo para estradões, verifique meu último rolé no Strava.
Abraços e boas pedaladas!
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